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Campina: Obras fraudadas de escolas estaduais não têm data para recomeçar


No próximo domingo (8) completará dois anos e um mês do início da construção das escolas nos bairros de Ribeirão Grande e Jardim Paulista, em Campina Grande do Sul, na Região de Curitiba. Elas começaram em 8 de abril de 2014 e deveriam estar prontas desde o dia 4 de março e 2 de fevereiro do ano passado, respectivamente.


As duas fazem parte de um pacote de dez obras em escolas que tiveram suas execuções fraudadas pela empresa Valor Construtora. A empreiteira foi investigada pela operação Quadro Negro, desencadeada pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce) e pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no ano passado. A empresa é acusada de participar de um esquema de desvio de cerca de R$ 20 milhões de recursos destinados às obras de escolas estaduais.

Apesar de ter passado tanto tempo, ainda não há data para que as obras fraudadas recomecem. O quadro de abandono nas duas escolas de Campina Grande do Sul registrado em janeiro pela reportagem da Gazeta do Povo não mudou, mas aumentou a revolta dos moradores locais.

A técnica de enfermagem Débora Torres, 43 anos, relatou a desesperança das famílias que aguardam uma nova escola na região e os problemas do colégio atual, enfrentados por seu filho, de 15 anos, e outros colegas.

“O sentimento é de total abandono e falta de fé. Perdemos a esperança. Vemos todo dia propaganda na televisão que o Paraná e o Brasil são paraísos da educação e olha o que vivemos aqui. Essa obra no Jardim Paulista é uma vergonha”, desabafou ela. Segundo Débora, a estrutura no Colégio Estadual Bandeirantes, onde seu filho estuda, no bairro vizinho Jardim Graciosa, obriga a direção da escola a uma estratégia, no mínimo, inusitada.

“Lá tem uma sala que quando o clima está com baixa temperatura é muito frio, quase impossível ficar. Quando a temperatura aumenta é muito calor. Por isso, a direção optou em fazer um rodízio. A cada semestre escolar, ela coloca uma turma diferente na sala”, contou.

No local da obra do Jardim Paulista, o mato cresceu e já deu tempo de um joão-de-barro construir um ninho no alto da construção inacabada. O local virou ponto de uso de drogas e local de pernoite de andarilhos e moradores de rua.

No Ribeirão Grande, o problema é o mesmo. O terreno onde a fundação foi iniciada virou ponto para empinar pipa da molecada. Uma professora da região, que preferiu não ter o nome revelado, revelou que as obras oferecem perigo aos meninos que brincam ali. “A gente fica de olho, mas não tem muito como controlar. Tem muito buraco, onde podem cair e se machucar”, disse.

Grande parte dos recursos repassados pelo Governo Federal – cerca de R$ 9 milhões – das obras das duas escolas que, praticamente não “saíram do papel”, já foi repassado à construtora Valor, responsável pelas construções.


Futuro incerto

Sobre as obras colégios estaduais Jardim Paulista e Ribeirão Grande, Seed voltou a informar que elas foram paralisadas por determinação do Tribunal de Contas do Estado. A pasta reforçou que as construções serão concluídas após serem licitadas novamente.

Além disso, a pasta informou que como algumas obras de escolas realizadas pelo governo estadual contavam com o apoio de recursos federais, a pasta devolveu R$ 19 milhões, referente às obras dos colégios Willian Madi, Arcângelo Nandi, Jardim Paulista, Ribeirão Grande, Lysimaco F. da Costa e da quadra da unidade Doracy Cezarino, sob responsabilidade da construtora Valor.

(Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo)


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