Campina decreta lockdown após mortes pela Covid-19
Da Redação com assessoria
Mãe e filha, de 84 e 64 anos de idade, respectivamente, vieram a óbito na última terça-feira (12), devido a complicações provocadas pela COVID-19. As duas eram moradoras do bairro Jaguatirica, na área rural de Campina Grande do Sul. Elas estavam internadas desde a semana passada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, local para onde por determinação do estado, são encaminhadas as pessoas com necessidade de internamento na Grande Curitiba, após detecção da doença.
Uma outra filha e irmã das vítimas, também moradora na Jaguatirica, está hospitalizada em estado grave, respirando com ajuda de ventilação mecânica. A mulher tem 58 anos de idade.
Ainda neste caso, o marido da paciente morta, de 64 anos, após exame realizado, testou positivo e encontra-se isolado em sua própria residência. O homem estava até poucos dias na região do Vale do Ribeira, onde trabalhava. A suspeita é de que ele tenha contraído lá o vírus e então, servido como vetor para familiares.
A nora do casal, uma jovem de 23 anos, moradora do Jardim Paulista, também teve comprovado o contágio com o vírus, mas sem manifestar a doença. Mesmo assim, ela permanece em absoluto distanciamento social em sua casa.
Em Campina Grande do Sul, o número de casos confirmados do novo coronavírus foi de sete para 11, em pouco mais de uma semana. Até então, o último caso de contaminação pelo novo coronavírus referia-se também a uma mulher. A moradora da Sede do município representa o primeiro registro da COVID-19 na região central da cidade. Segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a paciente encontra-se em isolamento domiciliar. Seu quadro de saúde já é considerado normal.
Anteriormente, outra paciente do sexo feminino, de 35 anos, residente no Ribeirão Grande, interior de Campina Grande do Sul, foi diagnosticada com o coronavírus. Ela encontra-se em isolamento domiciliar e passa bem. A paciente esteve internada no hospital Vita, em Curitiba, entre os dias 23 e 30 de abril.
De acordo com Marilda Schwartz, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, o número de contaminações já detectadas na área rural de Campina Grande do Sul é preocupante, principalmente por causa da grande faixa de extensão da BR-116 que corta a região. “Campina Grande do Sul está no corredor que liga São Paulo, capital – epicentro da pandemia no Brasil – ao sul do país. Este é um grande motivo de preocupação para nós aqui na cidade”, alerta.
Ainda conforme Marilda, a situação é grave e a população precisa estar ciente de que há uma tendência em piorar o quadro. “Não podemos abrir mão das medidas de proteção em benefício de nossa própria saúde. O distanciamento social, o uso de máscaras e o reforço a hábitos de higiene são indispensáveis”, completa a coordenadora da Vigilância Epidemiológica.
Preocupação manifestada, inclusive, pelo próprio prefeito Bihl Zanetti. “Estamos em meio a uma pandemia e a Prefeitura tem feito o possível para buscar o equilíbrio entre a saúde da população e a liberdade econômica, para que comércios e empresas de vários segmentos possam, com ajustes, manter suas atividades. Todos precisam ter consciência e colaborar para que esta iniciativa funcione”, lembra o prefeito.
Após estes casos, Bihl Zanetti cogita a adoção de uma estratégia mais rígida para evitar que a pandemia se alastre na área rural do município. “Estamos adotando medidas específicas para a região. O lockdown - que na prática, significa o absoluto confinamento da população - não é uma hipótese descartada”, revela o prefeito.