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Gravações confirmam envolvimento de PMs em explosões a bancos


Do G1

O Jornal Nacional da Rede Globo teve acesso exclusivo a gravações obtidas pelas polícias Militar e Civil do Paraná. As gravações mostram como funcionava a maior quadrilha de assaltos a caixas eletrônicos do estado. No início de novembro deste ano, um grupo foi preso durante uma operação da polícia. Sete policiais militares foram detidos, ao todo 17 pessoas foram presas na ocasião, por suspeita de integrar a quadrilha.

O áudio mostra como os policiais ajudavam os ladrões a executar os crimes. Em muitos dos casos, os policiais forneciam armamento e cobertura, desviando o foco de unidades da Polícia Militar das áreas onde ocorreriam as explosões dos caixas eletrônicos.

Em uma das gravações, um ladrão combina um roubo com um policial e pede uma espingarda. Eles usam a gíria “bocuda” ao se referir a arma.

Ladrão: hein, hein fio?

PM: Oi.Ladrão: Vai sair aquela "bocuda" lá?

PM: Se quiser, vaiLadrão: Então, firmeza

O policial ainda tranquiliza o ladrão sobre a presença de outros PM’s na região. Naquele dia, o grupo explodiu caixas eletrônicos em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

Ladrão: As duas que tavam aqui tão fechado?

PM: Sim, s... sim, sim, sim

Ladrão: Então, firmeza

Outra tática comum dos criminosos era inventar emergências policiais. Com isso, as equipes eram deslocadas para uma determinada área, enquanto eles agiam em outra.

PM: Polícia Militar, emergência.

Ladrão 1: Eu acabei de ver três rapazes desmanchando um carro aqui na estrada do Pernambuco aqui em Rio Branco [do Sul] (...) é uma ruazinha escondida, mas todo mundo sabe onde é.

Logo em seguida, ele avisa um dos comparsas.

Ladrão 1: Eu já abri a ocorrência lá no meio do mato pros cara, entendeu?Ladrão 2: Aham (...) podemos descer a marreta, então?

Na mesma noite, ao tentar arrombar a agência, o alarme disparou. O policial que ajudou o grupo não quis saber do problema e cobrou resultados dos assaltantes.

Ladrão 1: Nós demos uma marretada no bagulho e berrou o alarme. e daí?

PM: Parou. (...) se vc ver que não vai dar mesmo, que f***, vai na frente lá e estoura a frente.

Nessa mesma noite houve intensa troca de tiros entre os policiais que monitoravam as ligações e os ladrões. Na fuga, um carro que dava cobertura aos criminosos capotou. O Delegado Luiz Alberto Cartaxo, que acompanhava as investigações ficou espantado como que encontrou no veículo. “Para nossa surpresa, havia um PM e o irmão de outro PM dentro do veículo”, diz.

As investigações duraram cerca de seis meses. Apesar das prisões, os sete policiais militares foram detidos e soltos em seguida. Conforme o Comando da Polícia Militar do Paraná, eles foram afastados das atividades da corporação. No entanto, ninguém quis comentar o assunto. Se condenados, eles podem ser expulsos da polícia.

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