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Homem que estava perdido há seis dias no Pico Paraná é resgatado
Da Redação com assessoria
Um homem que estava perdido há seis dias, na região do Pico Paraná, foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros no último domingo (12), após mais de 120 horas de operação. Foi mobilizada uma grande estrutura para busca e resgate da vítima por meio do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST). Houve ainda atuação do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), no suporte com buscas aéreas. As equipes percorreram vários quilômetros a pé na mata a procura do desaparecido. Após a localização e resgate, ele foi resgatado de aeronave da montanha e encaminhado ao Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul.
A retirada do jovem emocionou todos os bombeiros, voluntários e integrantes do BPMOA que participaram da operação. Segundo o capitão Alexis Iverson Martins, Comandante do GOST, o trabalho foi um grande sucesso já que houve perseverança e ele foi localizado vivo.
"Graças a persistência e a esperança de todos conseguimos encontrar a vítima. É uma ocorrência que marca a história da nossa unidade, pois encontrar este rapaz com vida depois de seis dias é um verdadeiro presente de Deus", afirmou.
Mesmo fraco, Maicon Willian Batista não deixou de agradecer aos bombeiros por não terem desistido de procurá-lo. "Eles são heróis. A alegria ao ver o pessoal foi algo incrível e sou muito grato", relatou às equipes enquanto recebia os cuidados.
A operação de resgate durou mais de 120 horas. Um planejamento foi feito pelos bombeiros, que articularam perímetros de busca na mata e outras estratégias, como monitoramento das trilhas principais e acessórias, bem como atividades georreferenciadas, contando com apoio dos voluntários do COSMO (Corpo de Socorro em Montanha), da FEPAM (Federação Paranaense de Montanhismo) e do BPMOA. Mais de 80 pessoas participaram dos trabalhos, passando dias na mata, caminhando por horas a fio.
"Foi feita uma busca minuciosa em toda a extensão da trilha, avançando para os picos adjacentes da trilha e as equipes ainda fizeram as trilhas em que eventualmente a vítima poderia estar", explica o capitão.
Mesmo com inúmeras dificuldades e uma área extensa para buscas, as equipes de resgate continuaram com o trabalho e acreditaram na localização da vítima com vida. Para agilizar a comunicação, foram instalados repetidores móveis, ampliando a cobertura de sinal de rádio entre os profissionais.
"Durante o período, o BPMOA auxiliou no transporte dos bombeiros da base até o local de buscas. Ao todo foram 25 profissionais transportados ao Pico Paraná, assim foi possível diminuir o cansaço das equipes durante o trabalho. Foram mais de 11 horas de voo entre buscas e transporte de tropa", explicou o tenente Henrique Arendt Neto, do BPMOA.
RESGATE FINAL - A dedicação dos bombeiros e voluntários foi recompensada com a localização da vítima, no meio da manhã de ontem. Debilitado e com vários ferimentos, o rapaz foi localizado pelos integrantes do GOST. Depois disso, iniciou-se a operação de resgate final que acabou no fim do dia.
"Uma guarnição entrou no vale do Cacatu no sábado de manhã e pernoitou no local. As buscas foram reiniciadas pela manhã, quando os bombeiros fizeram uma pausa e chamaram pelo nome do rapaz, o qual respondeu com os pedidos de ajuda do rapaz. A equipe chegou até ele, fez os curativos e, após hidratá-lo e alimentá-lo, iniciou a remoção", detalhou o capitão.
O desafio ainda não estava concluído pelos bombeiros, que tinham um longo percurso a pé para chegar ao local onde teriam apoio aéreo. "Do local encontrado, no vale do Cacatu, até o acampamento 2, onde o BPMOA poderia chegar para fazer o resgate, foram quatro horas de caminhada. Nesse trecho, os bombeiros ajudaram a vítima para que pudéssemos concluir a remoção", explicou o capitão Iverson.
A aeronave utilizada no resgate estava preparada com equipamentos de UTI, a fim de dar todo o suporte no transporte do acampamento até a unidade hospitalar. "Levamos a vítima ao Hospital Angelina Caron em aproximadamente sete minutos. Durante o atendimento verificamos que ele estava com escoriações no corpo e estava desidratado, mas foi entregue estabilizado à equipe médica", disse o tenente Arendt.
O CASO - O rapaz, de 28 anos, estava desaparecido desde o último dia 7. Informações repassadas aos bombeiros apontam que ele integrava um grupo de aventureiros que subiu o Morro do Getúlio na segunda-feira (6), mas depois de completar a subida teria se separado dos demais para ir sozinho ao Pico Paraná.
Ele concluiu a subida e teria feito comunicação com o grupo por volta de 17h e avisou que programou a descida para às 18h do mesmo dia. "Por questões ainda a serem levantadas, ele acabou perdido e sem contato com os demais aventureiros, amigos e familiares", explicou o capitão Iverson.
ORIENTAÇÕES - O desfecho da ocorrência não foi trágico graças ao profissionalismo do Corpo de Bombeiros, que tem a doutrina e as técnicas para fazer resgates em locais de difícil acesso, como montanhas e morros.
Para evitar situações como a vivida por Maicon, o Corpo de Bombeiros orienta que a preparação para fazer uma trilha ou uma escalada vai além de boa vontade e condicionamento físico. A primeira dica é que antes de sair para praticar alguma atividade deste tipo, a pessoa deve buscar o máximo de informações possíveis sobre o local pretendido, principalmente sobre as condições climáticas, pontos de risco e nível de dificuldade.
Morros e outros pontos da Serra que podem ser frequentados geralmente possuem placas e demarcações nas trilhas para as pessoas seguirem o caminho correto, evitando pontos perigosos. Seguir essas marcações é muito importante. O interessante é estar com alguém mais experiente e seguir pela trilha demarcada. Se aventurar por caminhos e paredes não conhecidos aumenta o risco acidentes graves que podem resultar até a morte.
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