Diversos mandados de busca e apreensão foram cumpridos por cerca de 20 policiais civis da Delegacia de Estelionato de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (03) para a apuração de crimes de estelionato, falsificação de documentos, apropriação indébita e lavagem de dinheiro - delitos imputados aos diretores do Sindicato dos Empregados do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Siemerc). Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara Criminal de Curitiba.
Segundo as investigações, valores destinados a treinamento dos funcionários do sindicato estariam sendo desviados pelos diretores, os quais se utilizariam de empresas de fachada para a lavagem de dinheiro. O delegado Rodrigo Souza, adjunto da Delegacia de Estelionato, afirmou que as evidências apontam para a prática dos crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro pelos investigados. “Constatamos que diversas pessoas jurídicas registradas em nome dos diretores ou do seu núcleo familiar não possuem sede física”, disse ele.
O delegado ressaltou ainda que um mesmo núcleo familiar é responsável pela direção de diversas sedes do sindicato, assim como são diretores do Instituto de Desenvolvimento e Apoio Social dos Empregados no Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios em Mercados, Minimercados, Supermercados e Hipermercados do Estado do Paraná (Instiemerc) instituto que supostamente deveria, com os valores arrecadados pelo sindicato, fornecer constante treinamento para seus beneficiários.
No decorrer do cumprimento dos mandados, que acontecerão em quatro diferentes endereços - Cristo Rei, Centro, Bacacheri e Alto da XV - as equipes policiais apreenderam diversos documentos, computadores, pendrive, HD’s externos, celulares, um revólver 38 com 33 munições, além de mais de 100 mil em dinheiro.
Na ação, o ex-presidente Jorge Leonel de Souza, 59 anos; o diretor-financeiro João Daniel Silvestre, 59; e o atual presidente José Carlos Feliciano Moreira, 65 anos foram ouvidos e não quiseram se manifestar, apenas em juízo.
O delegado-titular da Estelionato, Leonardo Carneiro, lembra que “os investigados estão no comando do sindicato há mais de 25 anos e fizeram do sindicato uma típica dinastia sindical”.
As investigações sobre o caso continuarão e, agora, seguirão para a linha da a procedência do dinheiro apreendido na residência, como também verificar se toda quantia encontrada é proporcional aos rendimentos declarados.
(Foto: Divulgação/Polícia Civil do Paraná)
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